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2011-2012
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ALBUM DE FOTOGRAFIAS DA FINAL DA TAÇA FFPN.
VIDEO DA FINAL DA TAÇA DE BARCELOS 1ª PARTE.
VER SLIDES DOS JOGADORES ÉPOCA 2008-2009
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FONTE DA NOTÍCIA
Jorge cruz foi sempre um apaixonado pelo futebol. No ano de 1967, juntamente com o Chiquinho, o Pazôla e o Eusébio adquiriram um terreno (arrendado) no monte da cachada (beloura ao lado, nome que algumas pessoas mais velhas se recordam) para aí dar os primeiros pontapés na bola, porém 3 anos a seguir deixou de existir. Pouco tempo depois em 1969 vai voluntário para a tropa, e sete meses depois já era um desertor, emigrou para França.
Como abandonou os amigos e o futebol de uma forma inesperada, em terras francesas nunca deixou de pensar nos amigos da bola que deixou para trás (sempre manteve relações e contactos com os amigos do futebol). Regressou de vez no ano 1985 determinado. Fez parte do grupo de pessoas que em 1988 fundaram ACDC, mas não fazendo parte da direcção, da qual passou a fazer parte apenas depois das primeiras eleições livres em 1992. Voltou em 1998 e com ele a Presidente fez aquilo que ninguém tinha feito até então, ACDC adquire finalmente um terreno digno para se jogar futebol.
Cargo: Presidente da ACDC, maior instituição da freguesia de Carapeços.
Nome completo: Jorge Cruz e Silva
Idade: 54 anos
Profissão: Empresário
CO. Jorge como homem do futebol virado para a ACDC, sentes-te um pessoa realizado?
J.C. Sinto orgulho no que fiz, mas gostaria de poder ter feito mais.
CO. O que é hoje a instituição ACDC?
J.C. A.C.D.C. é hoje uma grande instituição. Para além do futebol sénior temos também futebol júnior e feminino. Todos a participam no campeonato popular. Para além do futebol temos também uma secção de teatro com créditos firmados.
C.O. Actualmente qual o número de pessoas envolvidas neste grande projecto (instituição ACDC), desde dirigentes, atletas, treinadores, encenadores e actores de teatro?
J.C Pelas minhas contas devemos ser cerca de 118 (cento e dezoito) pessoas e como ficou provado no dia 16 de Dezembro na nossa festa de Natal. Pela primeira vez na história da ACDC, a Associação reuniu as pessoas que fazem parte de todas as modalidades, é sem dúvida uma grande instituição!
CO. Quantos sócios tem ACDC?
J.C. Temos cerca de 600 sócios inscritos .
C.O. Qual o valor monetário que provém das cotas de sócios?
J.C. Cerca de 2500 euros uma vez não serem todos pagantes.
C.O. Qual é o valor que ACDC necessita para suportar todas as despesas durante uma época?
J.C A nossa despesa total anual ronda os 15000 euros
C.O. De onde vem todo esse dinheiro?
J.C. De sócios, publicidade, bar, ocupação do campo e ringue, sorteios, torneio de verão, e subsídios da Câmara de Barcelos, para além de muitos donativos em equipamento, como exemplo saliento toda a estrutura da iluminação do recinto de jogo, desde os postes, cabos eléctricos, hólófotes, etc, só esta estrutura , ultrapassaria o valor de 15 mil euros.
C.O. A participação nas taças inter-concelhias é algo muito dispendioso. Qual a verba necessária para participar numa prova dessas?
J.C. É uma prova dispendiosa, mas comparada com o ano passado, a ACDC tem despendido muito menos devido à alteração do seu figurino. Tenho aqui a salientar que na primeira deslocação que ACDC fez esta época, o almoço foi pago com as multas dos cartões amarelos dos atletas,(um regulamento interno criado pelos próprios ) a segunda deslocação custou apenas 160 euros para o almoço tendo a junta disponibilizando uma carrinha e alguns jogadores fizeram-se deslocar com as suas próprias viaturas.
C.O. Sobre o campo de jogos, como está a decorrer a sua legalização?
J.C. Está na mesma situação de à um anos atrás, neste momento está em análise esperemos para breve a sua aprovação.
C.O. Que mais é preciso fazer a curto prazo para ACDC?
J.C. É precisamente no campo de jogos a principal prioridade, criar as condições mínimas para quem vem ver os nossos jogos , precisamos fazer uns WC públicos com urinóis, remodelar todo o equipamento do Bar existente, rebocar todos os muros, e pintar todas as instalações existentes.
C.O. Vais candidatar-te novamente?
J.C. Tenho uma opinião formada sobre essa matéria mas só a divulgarei publicamente depois de a transmitir à minha direcção.
C.O. Qual é o valor aproximado que ACDC tem de património, refiro-me concretamente a imóveis?
J.C. Neste momento toda gente sabe que o campo custou ACDC 10.000 contos mais sisa e registos, a partir daí temos tido muitas ajudas em material, equipamentos, aterros, piso (em parte pago pela ACDC). Tudo isto é muito dinheiro a juntar ao valor da compra, está estimado 20000.contos.
C.O O peditório está concluído?
J.C. Não está concluído, uma vez ser sempre as mesmas pessoas para tudo! Como todos os Domingos há futebol, só nos resta os sábados (mesmo assim nem sempre). Vamos ver se recomeçamos para terminar a volta.
C.O. A ACDC ainda te deve muito dinheiro?
J.C. Neste momento após me terem pago algum já vindo do peditório, ainda me devem cerca de 15000 euros.
C.O A claque do pesadelo amarelo deixou de existir queres comentar o porquê da sua extinção?
J.C. Tenho falado com elementos pertencentes a ela. A sua existência só nos trouxe benefícios, foi com o dinheiro deles que pagamos várias obras no campo , além de terem contribuído no plano desportivo e de que maneira apoiando sempre a equipa, deve-se a ela, “claque pesadelo amarelo” uma cota parte na conquista tudo o que era possível para ganhar numa só época . Com muita pena minha está mais para acabar de que para continuar.
C.O Visto que é de futebol amador que se trata, quais os prémios que A.C.D.C. atribui aos seus atletas?
J.C. Os atletas da ACDC recebem no fim de cada jogo um sumo e uma fêvera, mas isto só quando jogam em casa. Para além disso pagámos um jantar na apresentação da época e outro no fina desta a todos os atletas .
C.O Qual a decisão o mais difícil de todo o tempo em que teve como dirigente da ACDC?
J.C. De vez em quando temos que tomar decisões para que se façam as coisas avançar. A mais difícil de todas foi na altura da construção do ringue da Areeira em que eu sempre defendi a construção do ringue antes dos balneários (como acabou por acontecer), ao contrário de quatro elementos da direcção (que comigo faziam parte) e dois da junta (desse mesmo ano) que defendiam precisamente o contrário. Eu mantive a minha decisão, e ainda bem, pois o ringue mesmo sem balneário é certo! Foi possível realizar alguns eventos nestes últimos quatro anos.
C.O. Costumas visitar o Carapeços Online? O que achas do projecto?
J.C.Visito com alguma frecuência , é uma excelente ideia ,quero aqui agradecer as todas as pessoas envolvidas neste projecto pois para além de informar a gentes locais também leva a nossa freguesia bem longe daqui com noticias, onde ACDC, está inserida, parabéns.
CO. Como começou a tua paixão pelo futebol mais concretamente virado para a tua terra?
JC. Tudo começou tinha eu 16 anos. Certo dia ao abrir um jornal verifiquei que o F.C. Porto recrutava jovens para as suas camadas jovens e resolvi então tentar a minha sorte, metendo-me no comboio lá me fui apresentar no estádio das Antas ( já tinha relógio no pulso). Devido à minha falta de experiência, não me apresentei a ninguém ficando ali à espera que me chamassem até que um senhor (chamado Artur Baeta, treinador das camadas jovens) ao ver-me ali aquele tempo todo resolveu perguntar-me o que estava ali fazer. Foi quando lhe transmiti ao que vinha. Em resposta ele disse-me que o treino tinha terminado, eram já 20h00 horas. Respondi de imediato são 18h00 horas ao ver o meu relógio mas quando me dei conta o relógio tinha parado, (como vais para casa agora ?) perguntou-me o homem que eu acabara de conhecer (pois sabia que era difícil arranjar comboio aquela hora tardia), foi simpático comigo. Uma vez vir para a Póvoa de Varzim, deu-me boleia, lembro-me que na viagem em conversa com ele lhe menti (para ver se tinha mais oportunidade de singrar) ao dizer que já tinha treinado no Gil Vicente. Já na Póvoa arranjou quem me trouxesse para Barcelos, de Barcelos para Carapeços não me recorda como vim para casa, talvez a pé. Nesse mesmo dia ficou combinado aparecer no próximo treino. No dia apareci a horas e chegou a hora de eu mostrar o que sabia de bola. Entrei juntamente com os outros jogadores numa peladinha, eu corria como os outros, acompanhando as jogadas, mas a mim ninguém me passava a bola, só ouvia uns a chamar pelos outros pelo nome: ó Quim!, ó Tone!; apercebi-me logo que era um estranho no meio deles e desiludido. Desisti vendo que não seria fácil singrar com um começo daqueles.
Começamos por entrar num torneio no estádio do Gil Vicente ,decorriam na mesma altura as festas de Sº Tiago em Carapeços e como era tradição naquela época não havia festa sem se “dar porrada” nos forasteiros), dessa vez por azar nosso, quem levou porrada foram pessoas de Arcozelo e sabendo da nossa participação a desforra estava preparada para nós quando fosse-mos jogar o próximo jogo. Com medo decidimos não mais aparecer no torneio e demos os nossos cartões a jogadores de Campo que foram em nossoa vez.
A partir daí começou o futebol em Carapeços. Eu, o Pazóla e o Chiquinho resolvemos falar com o Tio Zé Cambões para nos arrendar o terreno no Monte da Cachada, 1000 escudos foi a renda anual que nos comprometemos a pagar. Naquela altura era muito dinheiro mas com a angariação de alguns sócios (a cinco escudos cada um ) mantivemos o campo durante dois anos.
Naquele tempo para se arranjar uma bola em condições custava muito dinheiro soubemos entretanto de uma que um emigrante em França tinha trazido e estava na disposição de a
vender 200 escudos era o preço a pagar, compramos com muito custo, entretanto começaram aparecer umas bolas mais baratas e lá continuamos com a equipa até 1969, altura em que eu fui voluntário para a tropa e sete meses depois desertei (“eh pá não gostava da tropa!”).
Para ir para França era preciso dinheiro e eu só tinha 700 escudos que não davam para eu chegar a meio do caminho quanto mais chegar a França ). Foi então quando eu recorri aos 800 escudos que eu tinha guardado numa caixinha dos nossos sócios (já depois de ter-mos entregue o campo fiquei com esse dinheiro guardado, 700+800 =1500 escudos para chegar a Paris, agora imagine-se o resto pelo que passei.
Lembro-me de cá vir em tempo de desertor e em Barcelos eu e o Manuel do Rego andar-nos com um jornal debaixo do braço para taparmos a cara quando víamos alguém conhecido (punha-mos o jornal à frente, este tinha um buraco para seguirmos as pessoas conhecidas pois tinha-mos medo de sermos denunciados).
Muro de suporte ao Campo
Há coisas marcantes no meu trajecto como dirigente, e na construção das infra-estruturas do campo de jogos da ACDC, há uma delas que vale a pena recordar... Lembro-me deste (bom) episódio:
Como se sabia não havia dinheiro, e todas as ajudas eram benefícios. As máquinas da Câmara eram uma ajuda de extrema importância, só que nem sempre estavam disponíveis e quando estavam não davam o rendimento esperado. O tempo urgia o, campeonato estava a poucos meses do seu inicio, e eu fazia questão que os nossos jogos começassem no nosso recinto. Foi então que tive que tomar medidas , se não viessem as máquinas até à quinta-feira seguinte eu teria que arranjar outras soluções. Foi o que aconteceu, as máquinas não puderam vir e de seguida liguei ao Xavier Carvalho se me facultava a sua máquina. Este não hesitou e disse-me: “Arranja maneira de ires buscar a máquina á pedreira e na segunda feira quero-a de volta para trabalhar, fala ao meu filho Paulo para ver se ele te vai fazer o trabalho”.eu já tinha falado com o Paulo que me tinha dito que fazia o muro num dia e assim foi, o Paulo chegou ás 07:00 horas de sábado chegou ao local, olhou para aquele pântano e disse: “Jorge como te prometi não vou embora daqui, sem o muro ficar pronto!”, eu não queria acreditar, o muro estava quase todo por fazer, tinha apenas meia dúzia de “calhaus” e era enorme. Os trabalhos começaram a um ritmo diabólico, o muro subia a um ritmo impressionante. Pedra sobre pedra o muro crescia a olhos vistos: o maquinista viu que a pedra estava a ficar muito distante da máquina e disse-me: “Presidente vai arranjar uma máquina para me arrastar a pedra para junto de mim, estou a perder muito tempo se for eu a ir buscá-la!”, os Deuses estavam comigo, e a máquina não demorou. Uma hora depois estava no local arrastar a pedra, o ritmo era louco, o Carapeços nesse mesmo dia jogava em Creixomil ás 16:00horas, o Paulo virou-se para mim e disse:” “Presidente ainda vamos ver o Carapeços a Creixomil!”. Não acreditava, mas só falava quem tinha conhecimento do trabalho que estava a fazer. Dito e feito, (até o resto da direcção ficou admirada)o Paulo acabou o muro, foi a casa tomar banho e salvo erro, ainda fomos ver toda a segunda parte do jogo!
Foi assim que foi feita esta obra com apenas um almoço pago ao Paulo Rodrigues, e a sua mística pelo clube. Um paredão que está à vista de todos, que se fosse feito pelos funcionários da Câmara, poderia levar meses e meses a ser concluído, e quem saiu beneficiada com uma coisas como esta foi a nossa ACDC da qual me orgulho de ser um dos pilares principais desta grande instituição.
Obs. Esta entrevista foi efectuada e publicada por José Pernicas da Silva no Carapeços online em 27 de Dezembro de 2005 .